A falta de governança sobre dados ameaça a sobrevivência de startups brasileiras. De acordo com levantamento da CB Insights, 38% das empresas emergentes encerram atividades por falhas na gestão de caixa, enquanto 35% não resistem pela ausência de demanda consistente. No Brasil, a Associação Brasileira de Startups (Abstartups) aponta que 67% não passam da fase […]
A falta de governança sobre dados ameaça a sobrevivência de startups brasileiras. De acordo com levantamento da CB Insights, 38% das empresas emergentes encerram atividades por falhas na gestão de caixa, enquanto 35% não resistem pela ausência de demanda consistente.
No Brasil, a Associação Brasileira de Startups (Abstartups) aponta que 67% não passam da fase inicial. Para a investidora e mentora de startups Marilucia Silva Pertile, cofundadora da Start Growth, o problema começa na forma como os empreendedores tratam suas informações. “Dado é infraestrutura. É dele que vem a inteligência de vendas, de produto, de gestão. Se estiver bagunçado, o negócio não escala”, afirma.
Na avaliação da especialista, muitos fundadores ainda veem os dados apenas como subprodutos operacionais, em vez de insumos estratégicos. A consequência é a dificuldade de validar indicadores essenciais como CAC (Custo de Aquisição de Clientes), LTV (Lifetime Value) e churn rate, métricas que sustentam decisões de investimento e expansão.
“Quando essas informações estão dispersas em planilhas ou não são acompanhadas com disciplina, a startup perde previsibilidade e credibilidade. O investidor percebe rapidamente a falta de clareza”, acrescenta.
Em rodadas recentes, a gestora destinou R$ 5 milhões a empresas de inteligência artificial e análise preditiva. “Hoje, o dado é o novo petróleo. Mas, para extrair valor, é preciso saber refinar. Buscamos empreendedores que dominem essa lógica e consigam transformar volume em inteligência de negócio”, ressalta Marilucia.
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De acordo com a especialista, para que os fundadores conquistem tração e capital, é preciso profissionalizar o tratamento de informações desde cedo. Isso significa integrar sistemas, automatizar fluxos e criar painéis de acompanhamento em tempo real. “Escalar sem organizar os dados é como tentar construir um prédio em solo instável. A base não sustenta os andares superiores”.
Para auxiliar nessa construção, Marilucia dá cinco passos para organizar dados e destravar o crescimento da startup. Confira:
“Dado bem estruturado não é apenas número: funciona como bússola para orientar crescimento e atrair capital. O investidor olha menos para a ideia e mais para a consistência das métricas”, conclui a cofundadora da Start Growth.
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