Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT)

Desde 1996, a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), mais conhecida como Correios, apresenta um saldo positivo de aproximadamente R$ 250 milhões em seu faturamento. Esse desempenho lhe permitiu realizar investimentos de quase R$ 1 bilhão, aplicados, desde setembro de 2000, em tecnologia da informação. O objetivo é tornar a empresa competitiva a partir de projetos focados em comércio eletrônico, captação bancária e logística integrada, até 2002.

Metade da verba destinada à TI, este ano, será gasta na atualização do parque instalado de hardware, que soma mais de 28 mil workstations, 78 servidores baseados nos IDCs (Internet Data Centers), em São Paulo e em Brasília, além da implantação do pacote de gestão empresarial OneWorld, da J.D. Edwards.

Como parte da estratégia da companhia, outros projetos estão por vir a exemplo da rede corporativa; implantação de um sistema de banco postal; implementação de três call centers (Brasília, Interior dos estados de São Paulo e Minas Gerais); correio híbrido; e um sistema de máquinas de franquear.

“Todas as iniciativas apoiam-se na terceirização de serviços”, destaca Mauro Castro Lucas de Souza, presidente do conselho de políticas e estratégias em TI dos Correios. O executivo explica que sua equipe, composta por um exército azul e amarelo de 100 pessoas, envolve-se no projeto (planejamento, detalhamento, especificação, avaliação das propostas, implementação). Hoje, atuando na área de TI (incluindo suporte) a ECT conta com 890 funcionários em todo o país.

Infra-estrutura

A teia de serviços e atendimento da ECT espalha-se pelo território nacional com seus 82 mil funcionários, 12.212 agências e uma frota de mais de 9 mil veículos, responsáveis pela entrega de correspondências e encomendas de Norte a Sul, um volume diário de 24,9 milhões de objetos.

Para administrar 827 centros de operações, 16 mil pontos de venda de produtos e 25.789 mil caixas de coleta, os Correios iniciaram os testes e treinamento da equipe para a implantação do OneWorld, no mês passado. O primeiro setor a receber o sistema é o contábil, ainda este mês. Esta área contempla o processamento da folha de pagamento dos funcionários. “Serão 16 meses para implantar o software de gestão nas áreas financeiras, administrativas e recursos humanos”, explica Souza.

Tamanha estrutura conta com um banco de dados Oracle (versão 8.0i) e soluções para armazenamento de dados fornecidas pela IBM, nos dois centros de processamento de dados – localizados na matriz, em Brasília, e São Paulo.

Dentro do malote das licitações, a ECT vislumbra a implantação de um data warehouse para os processos estratégicos em meados de setembro. A Unisys, integradora do sistema, fornecerá a ferramenta de busca e tratamento das informações da empresa Sagent Technology.

Entre uma licitação e outra, a empresa criou dois IDCs com equipamentos da big blue, também responsável pelo fornecimento do software, implantação e manutenção do ambiente, sendo que os Correios respondem apenas pelo gerenciamento. “Nossa intenção é alugar, no futuro, os espaços para outras companhias”, adianta Souza que ainda não definiu como esta iniciativa será levada adiante.

Uma companhia dessa amplitude não poderia deixar de manter um bom relacionamento com seus clientes, ou seja, mais de 90% da população brasileira. Para tanto, em maio, os Correios lançaram o edital de concorrência no Diário Oficial da União para decidir qual empresa gerenciará os seus três call centers. “A empresa licitada poderá escolher entre as duas cidades do Interior de São Paulo e Minas Gerais, sendo obrigatória a manutenção de uma central de atendimento no Distrito Federal”, explica o executivo.

Hoje, através da Internet, podemos conversar com um ilustre cineasta ou, talvez, um mero desconhecido que mora em Londres, Paris ou Pequim. Embora, seja possível ver a imagem do outro que está atrás do vídeo do microcomputador, não sentimos o cheiro de seu perfume e nem imaginamos como poderia ser a letra daquele personagem, como no filme “O Carteiro e o Poeta”, onde a visita de Pablo Neruda a uma pequena cidade torna a figura do carteiro, incumbido de entregar-lhe as cartas, um personagem de destaque no enredo do longa metragem.

Embora essa profissão não tenha sido extinta, os tempos mudaram por conta da demanda e da explosão demográfica e os Correios tiveram que se modernizar. Orgulhosa por ter a sexta tarifa mais barata do mundo, a ECT vai além dos serviços de entrega de correspondências. Atualmente, os Correios agregam serviços e buscam integrá-los na Internet. “A partir do segundo semestre deste ano, a população pagará contas, impostos, etc. através de nosso web site”, adianta o executivo de TI.

Faz parte do e-posto – projeto cujo objetivo é digitalizar vários processos da companhia – duas ações: correio híbrido e o serviço de certificação digital, sendo que o edital da segunda iniciativa sairá em junho. Segundo Souza, a idéia da certificação digital é faturar a partir de serviços prestados.

Há cerca de um mês e meio, além do já conhecido e-Sedex, a companhia implantou um sistema de rastreamento de objetos (SRO), em conjunto com a IBM, onde o usuário pode se valer do serviço através da Web e via celular (com tecnologia WAP).

No ritmo de entrega das correspondências diárias a milhões de destinatários, a ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) corre para ampliar e modernizar os seus serviços.

Dentre as empresas vencedoras, a Procomp Amazônia Indústria Eletrônica S/A será a responsável pela integração da solução que irá compor o sistema Scada em 1.881 estações de trabalho; pelo fornecimento de 826 impressoras autenticadoras; e 867 leitoras de código de barras, a partir de um contrato de R$ 5,795 milhões.

Para a troca dos legados das agências, unidades operacionais e áreas administrativas, foram adquiridas 1.900 impressoras da Novadata e alugados 8.300 microcomputadores da Procomp e Itautec, além de 384 notebooks da Unisys.

Ainda não foram licitados os fornecedores das soluções de call center; 1.500 máquinas de franquear e software para toda a sistemática de controle de liberação; e o sistema para o e-posto. Os Correios não abriram as propostas dos participantes.

“Além disso, não licitamos e não temos os nomes dos bancos que participarão do processo de concorrência para o banco postal, ou seja, a implantação de postos bancários dentro de agências localizadas em municípios distantes”, lembra Mauro Castro Lucas de Souza, presidente do conselho de políticas e estratégias em TI dos Correios . O que já está definido são os fornecedores das soluções: IBM, Unisys e Itautec.

Entre um projeto e outro, a ECT também quer experimentar a tecnologia dos software abertos. Para tanto, foi criado um grupo de oito pessoas ligadas ao Conselho de Políticas e Estratégias de Tecnologia da Informação dos Correios, com o objetivo de avaliar a possibilidade de inaugurar essa nova gestão de TI.

Segundo Mauro Souza, a equipe terá 180 dias para levantar informações quanto ao custo, realizar análise de permanência no mercado; avaliar trabalhos semelhantes como o adotado pelo governo francês, além de realizar testes com funções de software aberto dentro do ambiente operacional da ECT. “Esse comitê também avaliará o projeto conforme a preservação de investimentos e orientações vindas do governo eletrônico”, completa Souza.

Além disso, cases de implementação dessa tecnologia no país serão estudados.

|Computerworld – Edição 343 – 06/06/2001|