A tecnologia não é o único fator transformando o papel das lideranças dentro das organizações. Desafios de ordem social também se apresentam, exigindo que os executivos se adaptem. A chegada de uma nova geração de jovens à força de trabalho global, com expectativas renovadas de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, faz parte desse processo.

“Estamos em um novo contexto, com novas perspectivas. Como líderes, precisamos promover um diálogo mais equilibrado”, afirmou Carla. “Há novas gerações empoderadas e ansiosas para ingressar no mercado de trabalho. Cabe aos líderes alinhar expectativas desde o início, o que começa já no processo seletivo.”

Na visão dos participantes, isso também passa pela formação interna de novos talentos, que deve ser uma prioridade tanto para as organizações quanto para seus líderes, além do fortalecimento da cultura empresarial. “Crie um programa de desenvolvimento para formar profissionais em dois ou três anos”, sugeriu Costa.

A saúde mental dos CIOs também emerge como um tema essencial na discussão sobre liderança. Na pesquisa “Antes da TI, a Estratégia”, 34% dos respondentes afirmaram que poderiam melhorar em relação à sua saúde mental, enquanto 3% informaram estar à beira de, ou já terem sofrido, um burnout. “Cabe ao profissional compreender sua rotina diária e negociar isso com a empresa”, opinou Moraes, diretor geral da Landtech.

A promoção da diversidade e inclusão também foi destacada como um papel fundamental para o líder moderno. Times diversos tendem a ter um desempenho superior, ressaltou Carla, e é essencial que os executivos saibam criar ambientes seguros para que todos os membros de suas equipes possam atingir seu máximo potencial.

“É papel das empresas criar um ambiente que permita às pessoas desenvolverem o potencial que sabem que podem alcançar”, afirmou a diretora do Talenses Group. “Há uma discussão que não pode se perder, que é o papel social das empresas. O setor privado tem um papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.”