Você ainda trata inteligência artificial apenas como um assistente? O jogo agora é outro. IA não é só produtividade, não é só o copiloto. A IA como infraestrutura está se tornando parte vital do núcleo de negócio das empresas, o novo DNA de quem quer liderar. Muita gente ainda está fascinada e presa às jornadas […]
Você ainda trata inteligência artificial apenas como um assistente? O jogo agora é outro. IA não é só produtividade, não é só o copiloto. A IA como infraestrutura está se tornando parte vital do núcleo de negócio das empresas, o novo DNA de quem quer liderar.
Muita gente ainda está fascinada e presa às jornadas de IA como copilotos que geram e-mails, resumos, sugestões de planos, imagens e tudo o que a criatividade dos prompts permite. Há alguns anos, isso era o sonho. Hoje, já se tornou o básico, e é natural criarmos novas expectativas.
Inovações destravam novas oportunidades, e o que realmente está transformando as empresas e separando quem vai continuar crescendo de quem vai virar espectador é outra abordagem: é a IA operando como agentes nos processos de negócio das empresas. A IA agindo, decidindo e transformando como os negócios das organizações funcionam.
Costumo usar uma analogia simples. Copiloto, um assistente baseado em IA, é como o patinete elétrico: você vai mais rápido, mas ainda precisa pilotar, prestar atenção, frear e desviar de obstáculos. Existe um esforço cognitivo para pilotar o patinete, qualquer distração pode custar um tombo ou algo pior. Já o agente, é o carro autônomo: você entra, escolhe o destino, e deixa a IA embarcada no carro fazer o trabalho. Nas ondas de ascensão da inteligência artificial, estamos saindo do patinete elétrico e entrando no carro autônomo. E isso muda tudo.
A estimativa é que essa nova infraestrutura possa empilhar até US$4,4 trilhões por ano na economia mundial. É dinheiro novo, valor novo, sendo criado por empresas que entenderam ou irão entender que IA é parte integrante do seu negócio, e um novo jeito de operar as empresas.
E o que diferencia as empresas que lideram? Foco, direção e coragem para fazer escolhas difíceis, ou seja, saber dizer não na priorização. Elas estão redesenhando processos, ofertas e times em uma abordagem centrada na IA. Alocam mais de 80% dos investimentos de inteligência artificial em áreas críticas, porém focam em poucas iniciativas, e assim avançam com profundidade em cada uma delas. Seguem um princípio simples: foco gera impacto, dispersão gera desperdício.
É o início de uma nova onda. O momento dos agentes inteligentes. A consultoria Gartner prevê que, até 2030, 40% das grandes empresas utilizarão AI Agents em processos críticos. Esses agentes, que aprendem, se adaptam, tomam decisões e executam ações com base em contexto e objetivos, vão compor o novo motor operacional das organizações.
Agentes inteligentes são diferentes dos assistentes. Eles não apenas respondem e interagem com humanos em contexto conversacional. Eles agem, são proativos, têm autonomia, operam APIs (Application Programming Interfaces), interagem com sistemas legados, aprendem com a prática e tomam decisões. Eles executam tarefas como se fossem um colaborador dentro da empresa. Um bom agente pode ser autônomo ou semi autônomo.
Mas aqui está a provocação: IA não entrega nada sozinha e a maior barreira não é técnica, mas cultural e estrutural. São processos ineficientes, dados fragmentados, medo da mudança e a ausência de patrocínio executivo. IA como infraestrutura exige um novo modelo mental, onde decisões são automatizadas, dados são tratados como ativos vivos e o ser humano é reposicionado para atuar onde realmente importa.
É aqui que IA deixa de ser um projeto de inovação e vira parte da infraestrutura. Isso significa que não se trata mais de “usar IA”, mas de “funcionar com IA”. Significa que agentes inteligentes serão parte ativa da engrenagem das empresas: lendo sinais, decidindo, executando, com autonomia, orquestração via APIs e aprendizados contínuos. A mudança é radical, mas o ganho é proporcional.
Existe um terreno fértil de problemas de negócio no qual esse novo conceito de arquitetura empresarial pode ser uma alavanca, em diferentes indústrias. Esteiras de crédito, com múltiplas variáveis e decisões com melhor qualidade; agendamento de cirurgias, com mil burocracias que podem ser automatizadas; vendas, onde o agente pode revisar oportunidades paradas no CRM, sugerir abordagem, enviar propostas e até acionar o financeiro para emissão automática de nota fiscal. Nada disso é ficção. Já está acontecendo. A diferença é que poucos estão fazendo com profundidade e em escala neste momento.
No fim, vencer com agentes inteligentes não é sobre uma ferramenta. É sobre transformação. É sobre ter clareza estratégica, saber onde quer chegar, escolher os casos certos, envolver as pessoas certas, treiná-las, medir impacto e escalar com consistência. Não dá pra sair abrindo 15 frentes. Melhor começar pequeno, bem feito, com valor real e avançar rápido.
IA como infraestrutura é o novo normal de quem quer escalar com eficiência e inovar com impacto. As empresas que internalizarem isso vão liderar. Na Sensedia, estamos respondendo a esse movimento com o AI Agents Lab — um hub voltado à criação de agentes inteligentes empresariais. Nossa visão: ajudar empresas a descobrir, desenhar, treinar e orquestrar agentes em escala, integrados com APIs e sistemas legados, com segurança e propósito.
As empresas do futuro não serão as que usam IA para melhorar o trabalho de hoje, mas as que operam com IA como infraestrutura para criar funções e ofertas que antes eram impensáveis.