🛠️ ESPAÇO DE ANÚNCIO (MODO DEV)
Slot: /23408374/cio-carreira
Tamanhos: [300,250], [750,450], [970,90]...
Federico Grosso
ServiceNow

Federico Grosso, da ServiceNow: “IA vai reescrever o papel da TI nas empresas”

No primeiro dia como funcionário da ServiceNow, Federico Grosso estava com tudo pronto: laptop configurado, perfil ativado em todos os sistemas e acesso liberado às ferramentas internas. “Foi o melhor onboarding da minha vida”, diz ele. Após quase 30 anos no setor de tecnologia, o executivo agora lidera a operação latino-americana da empresa, com o […]

Publicado: 06/12/2025 às 04:54
Leitura
6 minutos
Federico Grosso, novo VP da ServiceNow para LATAM. Imagem: divulgação
Construção civil — Foto: Reprodução

No primeiro dia como funcionário da ServiceNow, Federico Grosso estava com tudo pronto: laptop configurado, perfil ativado em todos os sistemas e acesso liberado às ferramentas internas. “Foi o melhor onboarding da minha vida”, diz ele. Após quase 30 anos no setor de tecnologia, o executivo agora lidera a operação latino-americana da empresa, com o Brasil como principal foco. O detalhe curioso (e estratégico) é que todo esse processo foi orquestrado pela própria plataforma da ServiceNow, impulsionada por inteligência artificial.

Mais do que uma boa recepção corporativa, o episódio serve de metáfora para o que a empresa quer vender: eficiência, automação e integração. Grosso afirma que a ServiceNow vive um momento de virada, tentando colocar ordem no caos silencioso que afeta grandes corporações, dados espalhados em silos, processos redundantes, e experiências de usuários (sejam clientes ou funcionários) marcadas por fricção.

A proposta é ambiciosa: usar IA para reescrever como a TI é feita, usada e percebida dentro das empresas. Isso passa por reorganizar fluxos internos, melhorar o atendimento ao cliente e transformar operações que até pouco tempo atrás dependiam de múltiplas ferramentas e decisões desconectadas.

Leia também: Sem governança, Brasil corre risco de acelerar IA com “freios soltos”, diz especialista da FGV

A revolução

O pano de fundo da fala de Grosso é uma constatação que aparece também no ServiceNow Consumer Voice Report 2025, pesquisa feita com mil brasileiros: 93% dos consumidores relatam barreiras no uso de chatbots, como linguagem impessoal, falha em entender emoções e limitações de contexto. Ainda assim, 23% afirmam esperar que esses sistemas já sejam capazes de captar seu humor agora (e não o fazem). A expectativa é alta, e a frustração também.

No cenário nacional, a pesquisa aponta que 77% dos brasileiros esperam que chatbots e 80% que assistentes de voz reconheçam sinais emocionais até o final do ano.

“A gente não está propondo substituir o contato humano em situações delicadas, como uma disputa bancária ou um atendimento médico”, explica Grosso. “Mas há uma infinidade de interações que podem ser automatizadas com segurança e empatia, desde que os sistemas estejam preparados.”

Segundo ele, o problema não é a tecnologia, e sim como as empresas a utilizam. Muitas ainda lidam com dados fragmentados: o setor de RH não se comunica com o de TI, que por sua vez não enxerga os processos do jurídico ou do financeiro. “É aí que a IA entra com mais força, não para parecer humana, mas para organizar o que está bagunçado”, resume.

Brasil como laboratório

A América Latina tem ganhado protagonismo na estratégia global da ServiceNow. O Brasil, em particular, é visto como mercado de escala e experimentação. Grosso cita bancos, operadoras de telecomunicações e órgãos públicos como exemplos de organizações pioneiras. “Temos clientes aqui que se comparam aos melhores casos globais”, afirma. Entre eles, está a Petrobras, que apresentou sua experiência com a plataforma da ServiceNow no Knowledge, evento global da empresa.

Do ponto de vista operacional, o Brasil abriga o quartel-general latino-americano da companhia. Escritórios em São Paulo e Brasília já funcionam como hubs regionais, e a empresa planeja ampliar sua presença no Rio de Janeiro. Grosso diz que há discussões com o governo sobre o plano nacional de data centers, mas que a prioridade é facilitar a vida do cidadão. Um exemplo concreto: uma funcionalidade integrada ao app do Detran, que permite a transferência de propriedade de um veículo em menos de 30 minutos.

A queda dos silos

A ideia de transformar a experiência digital passa por um desafio estrutural: a cultura corporativa. Grosso reconhece que a mudança não é só técnica. “A tecnologia já existe. O que falta, muitas vezes, é o change management”, diz.

Segundo ele, as empresas mais bem-sucedidas são as que alinham áreas de negócio e tecnologia desde o início. Em vez de tratar TI como fornecedora interna, elas integram os times desde o desenho das soluções. “É aí que surgem decisões mais colegiadas, mais rápidas e mais eficazes”, afirma.

O papel da IA, nesse contexto, é tanto de catalisador como de democratizador. Com interfaces mais acessíveis e sistemas low-code, profissionais de diferentes áreas ganham autonomia para criar, testar e melhorar processos, sem depender exclusivamente da equipe técnica.

Entre a hype e o valor real

Apesar da empolgação com a IA, Grosso diz que é preciso separar entusiasmo de impacto real. “Estamos saindo de um ciclo de promessas de longo prazo para um novo momento, onde a expectativa é entregar resultados em meses, não anos”, diz.

A chave, segundo ele, está em escolher bem por onde começar. Pode ser o RH, o atendimento ao cliente, a cadeia de suprimentos. “Mas o ponto é que não se trata apenas de acelerar. A tecnologia deve liberar as pessoas para trabalhar com mais profundidade. Isso também é eficiência.”

Grosso afirma que o próximo ciclo de inovação será mais curto e mais exigente. Para ele, o diferencial competitivo estará nas empresas que souberem usar a IA não apenas para fazer mais rápido, mas para fazer melhor, inclusive quando o melhor for deixar a máquina resolver o que é trivial e o humano se concentrar no que importa.

A próxima década

Na prática, a ServiceNow está dobrando sua aposta no Brasil. Além da expansão física e do fortalecimento de parcerias com provedores locais e globais de nuvem, a empresa quer adaptar seus modelos linguísticos e ferramentas de IA para o contexto local. “Queremos trazer o que há de mais avançado lá fora, mas com sotaque daqui”, diz Grosso.

Se conseguir, pode ser que mais funcionários tenham experiências como a dele no primeiro dia: tudo pronto, sem fricção, com a tecnologia funcionando em segundo plano. Invisível, mas eficiente. Quase humana, mas sem fingir ser.

Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!

As melhores notícias de tecnologia B2B em primeira mão
Acompanhe todas as novidades diretamente na sua caixa de entrada
Todas
Imagem do ícone
Notícias
Imagem do ícone
Revistas
Imagem do ícone
Materiais
Imagem do ícone
Eventos
Imagem do ícone
Marketing
Imagem do ícone
Sustentabilidade
Inserir e-mail
Notícias relacionadas