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Nabisco se ajusta à Kraft Foods Brasil

Companhia adquirida em dezembro último terá que se

adequar ao modelo da Kraft Foods Brasil. Mas a estratégia

respeitará a melhor solução de TI adotada pelas duas empresas.

Publicado: 08/12/2025 às 08:42
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6 minutos
Nabisco se ajusta à Kraft Foods Brasil
Construção civil — Foto: Reprodução

Uma nova empresa em um ano.” Esta é a meta da Kraft Foods Brasil para 2001, após a aquisição da Nabisco por US$ 19,2 bilhões, em dezembro do ano passado. Roberto Pinheiro Machado, CIO da companhia no país, recebeu e aceitou a missão de unir as tecnologias de duas corporações de culturas distintas. Nada de acabar com a infra-estrutura da empresa comprada em detrimento das soluções já utilizadas pela KFB. Embora ainda não tenha acertado todos os ponteiros de Tecnologia da Informação, um dos planos do executivo é integrar as áreas de finanças e manufatura em uma única plataforma. Outra decisão já acertada é que o software de vendas da Nabisco, desenvolvido internamente, será utilizado pela KFB.

Com a compra, a Kraft Foods do Brasil – subsidiária da Phillip Morris Corp. (grupo que congrega a Phillip Morris International, a Kraft Lacta Suchard, Miller e Maxuel House) – ficou com dois orçamentos de TI, correspondentes a US$ 18 milhões. “Mas a partir deste mês nossa expectativa é reduzir esse número em até 20%”, ressalta o CIO. Essa redução explica-se porque Machado estará estudando ao longo desse ano toda a infra-estrutura de TI das duas empresas para, então, decidir quais soluções, plataformas e equipamentos serão aproveitados.

Uma tarefa não muito difícil, já que a Phillip Morris do Brasil passa a fabricar apenas cigarros, tornando-se uma empresa independente com sua estrutura de TI, comandada pelo CIO Flavio de Souza, que antes ocupava a cadeira de diretor de tecnologia na indústria de biscoitos.

“A aquisição da Nabisco coloca a Kraft Foods do Brasil na privilegiada posição de quarto lugar no ranking das empresas de alimentos do país”, lembra Machado. Em 2000, o faturamento local da Kraft Lacta Suchard foi de US$ 350 milhões e a Nabisco fechou o seu exercício fiscal com US$ 400 milhões. No total, a nova empresa nasce com um faturamento de US$ 750 milhões concentrados, agora, nas mãos do CEO da KSB, Gustavo Abelenda.

Integração

As diferenças entre Kraft e Nabisco começam na plataforma de hardware: de um lado, o AS/400; e do outro, a Nabisco utiliza mainframe, com hardware baseado nos Estados Unidos. A Kraft usa a Embratel e a Comsat como provedores de infra-estrutura Frame Relay para a transmissão de dados entre as três fábricas – duas em São Paulo e a matriz em Curitiba – além dos oito centros de distribuição – um em Canoas; um em Curitiba; dois em São Paulo; um em Belo Horizonte e outros dois em Salvador e em Recife.

Três por Quatro
Roberto Pinheiro Machado CIO da Kraft Foods Brasil desde janeiro de 2001. Está na área de TI há 30 anos, atuando como diretor de tecnologia desde 1985, após ter passado pelas empresas: Jonhson & Jonhson por 10 anos; Grupo Susa; Banco Pontual; e Phillip Morris, divisões de tabaco e alimentos (1992 – 2000).
Principais desafios Phillip Morris Brasil – compra da Q Refresko em 1993, quando houve a integração de ambas as empresas;
Integrar a Lacta;
Integrar a Nabisco, que “talvez seja o maior desafio porque além da integração, a matriz da Nabisco será transferida para Curitiba”.

A fabricante do conhecido fermento Fleischmann Royal Nabisco interliga sua rede através da AT&T. O provedor suporta todas informações dos quase 100 itens fabricados pela empresa, e classificados entre biscoito, leite, gelatina, castanhas de caju, etc.

Com um contingente maior – de 13 fábricas espalhadas pelos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Fortaleza e dois centros de distribuição (Jundiaí e Recife) – a Nabisco atua com recursos próprios de logística, diferente de sua empresa mãe, que realiza a distribuição através do operador logístico Maclane.

Machado lembra que muitos dos equipamentos da Nabisco serão reduzidos, como os atuais 20 servidores Compaq/Windows NT, já que a Kraft soma outras 40 máquinas sob a mesma tecnologia, para funções semelhantes. Da mesma forma, a fabricante de biscoitos tem hoje cerca de mil workstations – Compaq, IBM e Itautec – número que também será reduzido com a integração.

Sobre os planos da companhia em entrar para os negócios na Internet, o CIO faz previsões a longo prazo. “Nossa intenção é realizar negócios na Web nos próximos dois anos, bem como criar uma política de CRM (Customer Relationship Management). Por enquanto não temos nenhum projeto nesse sentido”, conclui Machado.

O que fazer
com a equipe?

A antiga concepção de que um dia as pessoas seriam substituídas por robôs está longe de se concretizar e, talvez, seja mero folclore. A nova indústria Kraft Foods tem como filosofia investir em seu maior capital: o funcionário.

“A integração acontecerá de forma natural, a partir do momento em que as duas equipes de TI estiverem conscientes das operações de cada companhia”, destaca Machado. O time da KFB conta com 5 mil funcionários, aproximadamente o mesmo número de profissionais da Nabisco. Entre Nabisco e Kraft são 59 pessoas na área de TI. “Vamos ter cerca de 43 pessoas”, adianta o CIO, explicando que a redução na soma das duas áreas de tecnologia acontecerá porque algumas pessoas se recusaram a mudar para Curitiba (PR).

Depois de conhecer o modelo de negócios e necessidades das duas empresas será definida a melhor infra-estrutura de tecnologia a ser implantada. “Nos próximos três anos, a Kraft Foods Brasil terá incorporado a Nabisco, além de desenhar a sua entrada no mundo Business-to-Business, modelos de intranet e
extranet, além de uma possível mudança de plataforma”, prospecta Machado.


Raio X

Kraft Foods Brasil

Número de funcionários: 5 mil
Investimento anual em TI antes da aquisição:
0,9% do faturamento
Faturamento em 2000:
US$ 350 milhões
Equipe de TI: 22 pessoas
Parque instalado
de software:

ERP: Prism, da empresa do mesmo nome, e OneWorld, da J.D. Edwards (manufatura e finanças consecutivamente); Sistema Operacional: Windows NT 4.0;
Software de escritórios: aplicativos Office; Banco de dados: SQL Server, da Microsoft; e Business Object (como data warehouse)
Parque instalado de hardware:
Servidores: 40 equipamentos Intel (Compaq e IBM);
Workstations: 1.000 máquinas Compaq, IBM e Itautec
Rede de dados:
Embratel e Comsat

Nabisco

Número de
funcionários:
5 mil
Faturamento em 2000:
US$ 400 milhões
Equipe de TI: 37 pessoas
Parque instalado
de software:

Sistema Operacional: Windows NT 4.0, HP-UX e IBM-AIX; Software de escritório: Windows NT e Aplicativos Office; Banco de dados: SQL Server, Cognus, Oracle e Supra (para a rede)
Parque instalado
de hardware:

Servidores: 20 máquinas, sendo 7 servidores Risc HP e IBM, e o restante Compaq/Intel; Workstations: 1.000 equipamentos Compaq
Rede: AT&T

|Computerworld – Edição 337 – 14/03/2001|

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