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Barueri, Itapevi e Santana de Parnaíba disputam lugar no mapa dos polos tecnológicos do País

A poucos quilômetros da marginal Pinheiros, um conjunto de cidades da Região Metropolitana de São Paulo tenta redesenhar sua vocação econômica. Conhecido pelo alto PIB per capita e pelas torres empresariais de Alphaville, o eixo formado por Barueri, Itapevi e Santana de Parnaíba começa a atrair outro tipo de investidor: as empresas de tecnologia. Multinacionais […]

Publicado: 06/12/2025 às 06:50
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6 minutos
Itapevi, Barueri, Santana de Parnaíba, hub tecnológico
Construção civil — Foto: Reprodução

A poucos quilômetros da marginal Pinheiros, um conjunto de cidades da Região Metropolitana de São Paulo tenta redesenhar sua vocação econômica. Conhecido pelo alto PIB per capita e pelas torres empresariais de Alphaville, o eixo formado por Barueri, Itapevi e Santana de Parnaíba começa a atrair outro tipo de investidor: as empresas de tecnologia.

Multinacionais como HP Inc., TCS, GFT Technologies e Engemon IT têm ampliado operações na região. O motivo passa por uma equação que inclui incentivos fiscais, logística eficiente, segurança, oferta de energia estável — e a promessa de um novo ecossistema de inovação fora da capital.

Barueri, que já abriga o maior número de empregos formais da Grande São Paulo fora da capital, figura entre as cinco cidades mais competitivas do País, segundo o Centro de Liderança Pública. Alphaville e Tamboré concentram data centers, escritórios de tecnologia e centros de serviços compartilhados.

“A infraestrutura, o acesso fácil à cidade de São Paulo e a segurança fazem de Barueri uma área sedutora para empresas de TI e data centers. A cidade não sofre com instabilidades de energia, o que é decisivo para o setor”, afirma Fábio Camara, diretor da Engemon IT, que recentemente transferiu parte da operação para Alphaville.

Empresas como a Scala Data Centers investiram R$ 6,2 bilhões em campus de alta capacidade energética. A B3, dona da bolsa de valores brasileira, mantém seu principal centro de dados em Santana de Parnaíba, cidade vizinha.

Cidades conectadas, talentos em falta

Apesar da sofisticação da infraestrutura, a consolidação da região como polo tecnológico esbarra em dois gargalos: a formação de talentos e a mobilidade urbana.

Bruno Nascimento, diretor da Etec Profª Ermelinda Giannini Teixeira e Luciana Madureira, diretora da Etec Bartolomeu Bueno da Silva. Imagens: divulgação

Segundo dados da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais (Brasscom), o Brasil pode registrar um déficit superior a 500 mil profissionais de tecnologia até 2025. Barueri, Itapevi e Santana de Parnaíba sentem esse impacto. “As empresas nos procuram diretamente atrás de profissionais. A demanda é muito maior do que a oferta”, explica Bruno Nascimento, diretor da Etec Profª Ermelinda Giannini Teixeira, em Santana de Parnaíba.

Para mitigar o problema, as Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) da região firmaram parcerias com a prefeitura e o setor privado. A diretora da Etec Bartolomeu Bueno da Silva – Anhanguera, Luciana Madureira, ressalta o modelo Articulação Médio Superior (AMS), que permite que os alunos cursem o ensino técnico integrado ao médio e, após três anos, prossigam direto para a Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec).

“Eles saem com formação técnica e emendam no ensino superior, sem vestibular. É um ciclo completo de profissionalização com foco em tecnologia”, explica. Ela destaca ainda que o AMS é sustentado por parcerias com empresas de tecnologia, que acompanham os estudantes durante a formação e já sinalizam oportunidades de estágio e emprego. “As empresas participam ativamente com mentorias, visitas técnicas e projetos aplicados. É uma ponte real entre o ensino público e o mercado de trabalho”, diz Luciana.

Além disso, acaba de ser inaugurado o projeto Fábrica de Programadores, em Santana de Parnaíba, que busca formar mais de 5 mil jovens em linguagens de programação em três anos. Itapevi segue caminho semelhante com o Distrito Itaqui, distrito de inovação liderado por Fabiana Falcone.

“O Distrito Itaqui foi concebido para ser mais do que um polo de negócios. Ele é um instrumento de transformação social e econômica do território. Estamos formando jovens em tecnologia para alimentar o ecossistema das empresas que fazem parte da nossa comunidade”, diz Fabiana.

A executiva destaca ainda que o Distrito abriga a maior comunidade de tecnologia do país e está investindo na criação de incubadoras para fomentar o surgimento de startups. “Já formamos 500 jovens por ano em cursos de tecnologia e capacitamos mais de 1 milhão de pessoas com formação digital básica”, afirma.

Conexões globais e educação local

Na HP Inc., a aposta foi no HP LIFE Center, inaugurado em Barueri em 2022. “A iniciativa oferece cursos gratuitos com foco em habilidades digitais, gestão de negócios e empreendedorismo. Nosso compromisso é continuar gerando valor para a região por meio de parcerias com ONGs e projetos que promovam inclusão e transformação social”, diz Ricardo Kamel, diretor-geral da HP Inc. no Brasil.

Já a TCS aposta na formação técnica e na colaboração com grandes fornecedores globais. “A TCS conecta seus colaboradores com o que há de mais atual em tecnologia no mundo, por meio de parcerias com AWS, Microsoft, Google, Oracle e outras. Isso fortalece a formação contínua e o nível de inovação entregue pela equipe”, conta Bruno Rocha, country manager da TCS no Brasil.

Concorrência e vocação

Na disputa por relevância nacional, Barueri e seu entorno ainda ficam atrás de cidades como Campinas, Recife e Florianópolis no número de startups e instituições de pesquisa aplicadas. Enquanto Campinas conta com a Unicamp e o CPqD, Recife com o Porto Digital e Florianópolis com a ACATE, a região do Grande Alphaville concentra mais empresas maduras e data centers do que laboratórios de P&D.

“O ecossistema local está em crescimento, mas ainda não tem a densidade de startups de polos mais maduros”, avalia Fernanda Rodrigues, CHRO Latam da GFT Technologies. A lacuna, no entanto, pode estar com os dias contados. Fabiana Falcone, do Distrito Itaqui, afirma que o território está sendo preparado para cumprir esse papel: “Estamos criando um polo de inovação com infraestrutura dedicada para incubar startups, desenvolver soluções com impacto social e atrair jovens empreendedores. Nosso modelo combina tecnologia, sustentabilidade e inclusão — é disso que os polos do futuro precisam”, afirma.

Infraestrutura versus inclusão

Ainda que os investimentos se multipliquem, a inclusão de parte da população local no mercado de tecnologia continua sendo um desafio.

“O desafio mais transformador é fazer com que os jovens da periferia se sintam pertencentes ao futuro da tecnologia”, diz Fabiana Falcone. A diversidade, especialmente de gênero e raça, também ainda não se refletiu de forma significativa nos postos de trabalho mais técnicos.

A maioria das empresas aposta em ações coordenadas com escolas e ONGs para aumentar a inclusão. “Queremos atrair talentos da própria região. Isso melhora a qualidade de vida dos colaboradores e reduz absenteísmo”, afirma Camara, da Engemon.

Enquanto projetos como o Parque Tecnológico Itahyê, Distrito Itaqui e novos hubs corporativos tomam forma, a pergunta segue em aberto: Barueri, Itapevi e Santana de Parnaíba estão prestes a se tornar o próximo polo tecnológico do Brasil? Ou ainda são uma promessa em construção?

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